Um perfeito cavalheiro

| 08 janeiro 2021 |


Autora: Julia Quinn
Editora: Arqueiro
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Livros anteriores: O Duque e Eu | O Visconde que me Amava

Ser a filha bastarda de um membro da sociedade britânica nunca trouxe nenhum benefício a Sophie, muito menos após a morte de seu pai. Por mais que o homem nunca a tenha reconhecido como filha, quando vivo, proporcionou uma boa vida a menina. Sua madrasta, por outro lado, a tratava como uma escrava, privilegiando as filhas do primeiro casamento e tratando a enteada com ódio e desprezo.

Sophie sabia que aquela era a sua vida, mas em uma noite tudo poderia mudar. Quase como uma Cinderela, que deve deixar o baile à meia-noite, Sophie compareceu ao baile de máscaras da família Bridgerton e conheceu aquele que seria o dono de seus sonhos e pensamentos por muitos anos: Benedict Bridgerton.

Para Benedict, ele só era visto pela sociedade como mais um Bridgerton, o número dois, sem nada de especial, mas uma mulher misteriosa poderia mudar tudo. Ele não sabia seu nome, não tinha visto seu rosto, mas sabia que ela realmente o enxergava, via a sua alma, não apenas mais um filho de uma família grande e importante.

Sophie precisou deixar a festa, para que a madrasta não percebesse a sua fuga, mesmo que por uma noite, daquela vida miserável. Após anos, tanto Sophie quanto Benedict se lembravam daquela noite especial, porém, quando se reencontram, ele não reconhece a mulher sem rosto dos seus sonhos, alguém que deveria ser uma nobre, mas se encanta por aquela empregada que também parecia enxergar algo dentro dele, muito mais do que qualquer outra pessoa, quase como a dama misteriosa que nunca deixou os seus pensamentos.

Não tivemos a oportunidade de conhecer o segundo filho da família Bridgerton tão bem nos dois primeiros livros. Até esse momento (que Benedict me perdoe), mas ele era realmente apenas o número dois, aquele sem nada em especial. Ainda bem que eu estava muito enganada. Julia Quinn guardou direitinho todos os seus encantos para esse livro.

Amei que a autora tenha trazido um ar de contos de fadas para essa obra. Uma releitura incrível de Cinderela, mas com muito mais paixão e com ênfase no quanto as diferenças sociais poderiam trazer de transtornos para um casal nessa época.

Sabendo que a sociedade nunca os aceitaria, e querendo ter Sophie em sua vida, a primeira proposta de Benedict foi para que ela se tornasse sua amante. Talvez essa seja a proposta mais ultrajante na série até agora, principalmente quando Sophie é coagida, não exatamente para se tornar sua amante, mas para vir com ele até a casa de sua família para trabalhar. No fundo, seu sentimento de proteção perante uma mulher sozinha no mundo, que sabia dos perigos que alguém como ela poderia enfrentar, não deixa de ser algo romântico e a primeira pista de um sentimento que nem mesmo o segundo filho da família Bridgerton sabia que estava ali.

Gostei muito desse livro abranger com mais ênfase o lado feminino da família protagonista. Conhecemos bem Daphne no livro "O Duque e Eu", mas agora temos a oportunidade de ver mais a matriarca da família, nos aprofundar sobre os seus sentimentos, principalmente o tamanho do seu amor pelos seus filhos e saber um pouco sobre o que se passa na cabeça das duas filhas mais velhas ainda solteiras de Violet.

Benedict pode não ter feito uma proposta tão cavalheira para Sophie, a princípio, mas não a nada que o amor não supere, e todos os seus receios poderiam ser deixados de lado quando ele finalmente encarasse esse sentimento. Já Sophie, alguém que sofreu tanto na vida, que nunca deixou de pensar no seu príncipe encantado de uma noite, merecia encontrar a sua felicidade, após tantas atribulações em sua vida.

Mais um livro encantador! Um romance que fala sobre superar os seus preconceitos, aprender a colocar o amor à frente da opinião alheia e assumir que ser feliz é o que mais importa. Estou apaixonada e mais do que preparada para começar o próximo livro... Que venha meu querido Colin Bridgerton.

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