A Traidora do Trono

| 16 maio 2022 |


Autora: Alwyn Hamilton
Editora: Seguinte
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Livro anterior: A rebelde do deserto

Após uma vitória contra o Sultão, os rebeldes estavam trazendo ainda mais simpatizantes para o lado do príncipe Ahmed. Eles construiriam um reinado onde todos os habitantes, sejam eles humanos ou mestiços com poderes especiais, pudessem viver em paz, longe de qualquer interferência de um país estrangeiro. Porém, uma traição inesperada fez com que eles perdessem muito do que conquistaram, além disso, Amani é capturada, caindo nas mãos do próprio Sultão.

"A rebelde do deserto" é um livro intenso, fantástico, cheio de magia, mas agora Amani não é mais uma menina querendo fugir do único destino possível para uma mulher em seu vilarejo. Agora ela é uma rebelde que luta pelos ideais de seu príncipe, que daria a vida por ele e uma arma indispensável com poderes que ela ainda está aprendendo a controlar, mas que já fazem parte dela.

Temos uma mulher impressionante como protagonista, mas que também sente raiva e rancor por ter sido abandonada por seu grande amor, quando estava à beira da morte. Jin não tinha forças para assistir Amani morrer e preferiu partir. Antes que esse casal tão intenso se entendesse, a protagonista é capturada, e um capítulo incrível dessa história se abre diante dos nossos olhos.

Depois de tanto tempo acompanhando a vida dos rebeldes, estar dentro do palácio é algo incrível para Amani e para nós que estamos ao seu lado nessa jornada. Apesar de belas roupas, muita comida na mesa, e a proteção do próprio Sultão, ela estava totalmente a sua mercê, literalmente sendo controlada por magia. Enquanto podia andar livremente pelo palácio, não podia deixar os seus muros. Enquanto era obrigada a não machucar ninguém ali dentro, estava na posição ideal de descobrir os seus segredos.

Quando ela é apresentada a um aliado improvável, finalmente sua estádia no palácio começa a se mostrar relevante para a rebelião do lado de fora, porém, conviver com o Sultão começa a despertar dúvidas em seu coração. Ela começa a questionar se sua lealdade está sendo direcionada a pessoa certa, para a melhor opção para ser o grande governante de seu lar.

A autora, Alwyn Hamilton, sabe realmente como confundir nossa mente e balançar nossos corações. Como nos fazer morder os lábios de tensão e chorar por aqueles que odiamos em algum momento.

Amani, nesse livro, está expandindo nossos horizontes, nos fazendo ver uma perspectiva completamente diferente do que foi apresentada no primeiro livro. O Sultão, apresentado apenas de longe como um grande vilão, pode ser apenas um homem que luta por aquilo que ele acredita, ao mesmo tempo em que o príncipe, que também aprendemos a amar, pode não ser forte o suficiente para assumir o seu lugar de direito, e tomar as decisões necessárias para manter o seu reino.

Amo quando essas dúvidas surgem em um livro, quando algo que foi completamente formado em nossas mentes no livro anterior se parte, e nos questionamos, junto com a protagonista, se estamos ou não do lado certo.

Autores que conseguem esse feito sempre me fazem surtar com as suas histórias e "A traidora do trono" trouxe isso com tanta força que foi impossível não bandear para o lado negro da força em alguns momentos rsrs.

Porém, o final não deixa mais nenhuma dúvida sobre qual o lado certo da história, quem será o melhor governante, mas coloca os personagens em uma situação tão desesperadora, tão extrema e sem esperanças que o coração quase não aguenta tantas emoções e reviravoltas em tão poucas páginas.

O final é composto pelo choro, que se torna desespero, embarcando na tristeza e buscando forças, sabe-se de lá onde, para pegar o próximo livro com esperanças de que o título "A heroína da alvorada" faça jus e nos entregue um final feliz.

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