X-Men: Fênix Negra

| 08 junho 2019 |

Os mutantes não são mais uma ameaça. Agora, eles são como heróis que estão prontos para salvar os humanos em momentos de necessidade. Porém, bastaria apenas um deslize para que esse equilíbrio delicado fosse completamente prejudicado. Uma poderosa mutante, sem controle sobre seus poderes e emoções, poderia colocar tudo a perder.

Jean Grey jamais seria considerada uma ameaça, mesmo sendo portadora de poderes tão destrutivos, porém, não ter controle sobre eles, nem sobre suas emoções, poderia ser o estopim de uma guerra contra os dois mundos, humanos e mutantes.

Após um salvamento de astronautas, muito bem-sucedido, Jean é atingida por uma força espacial misteriosa que eleva os seus poderes, mas destrói muros construídos em sua mente há muitos anos, por alguém que dizia querer protegê-la, mas que escondeu dela um dos principais fatos de sua vida.

Nós sempre vimos Charles Xavier como o mentor sábio e bondoso da equipe de mutantes. Mesmo com alguns vislumbres do que poderia se tornar a sua personalidade, em outros filmes, perante a decepção de não conseguir se encaixar no mundo, agora vemos o outro lado, que também pode ser assustador. O excesso de aceitação faz com que ele comece a agir com um pouco de estrelismo, querendo agradar a todo o momento e colocando seus X-Men em risco.

A presença de Mística nesse filme é uma inversão de valores dos longas anteriores. Ela se transforma na voz da razão, aquela que realmente vê o que está acontecendo. A mutante que se preocupa e realmente quer resguardar a sua equipe, porém, logo é tirada de cena, e vemos o quanto Charles precisa de uma dose de realidade para voltar a colocar (em sentido figurado) os pés no chão. Nesse caso, sua dose de realidade é representada pela sua favorita, pela mutante mais poderosa sob o seu comando, mas que deixa de confiar em seu tutor e faz com que, em apenas um momento, ele perca tudo o que lutou tanto para conquistar.

Esse filme difere muito de “X-Men 3: O Confronto Final”, que também trouxe a Fênix Negra a cena. O novo filme leva para a tela um lado mais emocional de Jean Grey, o quanto aquilo a afetava psicologicamente, mas peca um pouco no que poderia ser a grande batalha de Fênix Negra contra os mutantes de Charles Xavier, o que também é ressaltado pela inserção de uma nova personagem como vilã da história, o que eu, particularmente, não achei muito necessário.

Após um grande filme de uma série, é sempre mais complicado acompanhar as sequências, pois é impossível não haver comparações. Após o filme genial que foi “X-Men: Dias de um Futuro Esquecido”, sempre vamos esperar algo tão grandiosos e de tirar o fôlego. “Fênix Negra” é um filme muito bom, mas falta bastante para nos causar as emoções de “Dias de um Futuro Esquecido”.

Mas é claro que temos grandes destaques nesse filme. Pela primeira vez eu realmente amei o personagem de Scott Summers. Pudemos ver o amor dele por Jean e tudo o que ele faria o ela. Sua preocupação com seu amor é algo encantador, além do quanto ele queria ajudá-la e o quanto a defendia, mesmo sendo testemunha do que ela seria capaz de fazer.

Também temos Hank McCoy, em sua versão mais humana, apesar da Fera em que ele pode se transformar. Alguém sempre tão leal a Charles, dessa vez mostrando toda a sua decepção e apelando para alguém que já foi um grande inimigo, é a prova do quanto algo estava muito errado em todo aquele universo, o quanto o professor X precisava reavaliar suas prioridades.

O final de “X-Men: Fênix Negra”, além de trazer uma batalha incrível, também traz uma lição de humildade e amizade. Dois personagens na série, sempre muito impactantes, lutando ou não no mesmo lado, mas sempre mantendo uma relação de respeito, e até de amor, até o fim. Deixando de lado as comparações, vale muito a pena assistir.

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