A Dama da Ilha

| 23 março 2019 |

Editora: Essência


Brenna não era como as mulheres de sua época. Enquanto outras donzelas pensavam em bordados, casamentos e futuros filhos, ela enganou sua família para que pudesse retornar a ilha onde nasceu e provar a todos que os estudos de seu pai sobre como a cólera realmente se espalhava não eram absurdos. Mesmo que isso a levasse a cemitérios de madrugada e ter que lutar contra a corte do Conde da ilha.

Reilly Stanton deixou Londres por uma vaga de médico em uma ilha afastada e sem recursos. Apesar de parecer, suas atitudes não eram nobres. Ele gostaria de provar para a ex-noiva que era um médico competente, que seu título não era necessário para que ele tivesse real importância, ao contrário do que ela pensava. Porém, o que o lorde não esperava, era se encantar pelo seu oficio, por aqueles habitantes e por Brenna, filha do antigo médico, que ocupava o posto, mesmo sem estudos oficiais. Uma mulher como nenhuma outra, que não tinha medo de usar calças, enfrentar um rio violento para salvar um animal, ou enganar sua família para reestabelecer a reputação de seu pai.

Mais uma vez, Meg Cabot, com o pseudônimo de Patricia Cabot, conseguiu nos levar para um lugar incrível, com um casal marcante, vivendo entre brigas e paixões, nos prendendo a cada capítulo.

Dois personagens com personalidades tão distintas, turrões, que acreditam que o seu objetivo e suas opiniões valem mais do que as ideias de qualquer outra pessoa. Reilly chega em cena com todo o seu conhecimento, querendo provar para a ex-noiva o quanto não era um imprestável, o que torna seus conflitos com Brenna algo previsível.

A jovem sempre foi curiosa, usando os conhecimentos do pai para resolver suas próprias indagações. Sempre admiro essas personagens à frente de seu tempo, que não deixam homens rebaixá-las, ao mesmo tempo que também entendem que devem manter um certo recato, perante o outro sexo. Brenna sabia os limites que não deveria ultrapassar, pelo menos não antes de um casamento, porém, o doutor Reilly era um homem como ela nunca tinha visto, com a mente mais aberta do que o Conde que insistia com cortejá-la.

Os personagens não apenas se unem para protagonizarem cenas românticas, eles dividem um amor por aqueles habitantes tão humildes, mas tão verdadeiros em suas ações e por seu oficio: De ajudar e salvar vidas, mesmo que isso possa colocar suas próprias em risco.

Apesar do tema muito sério, uma doença que matou tantas pessoas na vida real, a autora consegue tratar o tema com leveza e esperança, até o último momento, o que não torna a narrativa algo pesado e nós podemos nos envolver e torcer por aquele romance do começo ao fim.

"A Dama da Ilha" é uma obra sobre recomeços, descobrir quem você quer realmente ser e onde é o seu lugar no mundo. O quanto encontrar alguém que entende suas vontades e objetivos é importante para construir uma relação que pode superar tudo, sejam os obstáculos doenças, ou uma família enganada por uma filha muito perspicaz.

2 comentários:

  1. Olá Jana, fiquei primeiramente encantada com a capa do livro.
    Que lugar lindo!
    Assim como também achei interessante a vida dos personagens principais. Onde o amor pela profissão e a preocupação com a saúde dos moradores locais vai muito além de um romance.

    Fiquei bastante interessada.

    Bjs

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  2. Olá Jana! Amo esse livro, curto muito a escrita da Patricia Cabot, esse foi um dos primeiros romances de época que li e fiquei apaixonada por esse gênero.
    Bjs

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