A vida invisível de Addie Larue

Autora: V.E. Schwab
Editora: Galera Record
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Sinopse:

Uma vida que ninguém lembra. Um livro que ninguém esquece.

França: 1714. Addie LaRue não queria pertencer a ninguém ou a lugar nenhum. Em um momento de desespero, a jovem faz um pacto: a vida eterna, sob a condição de ser esquecida por quem a conhecer. Um piscar de olhos, e, como um sopro, Addie se vai. Uma virada de costas, e sua existência se dissipa na memória de todos.

Após tanto tempo vivendo uma existência deslumbrante, aproveitando a vida de todas as formas, fazendo uso de tantos artifícios quanto fosse possível e viajando pelo tempo e espaço, através dos séculos e continentes, da história e da arte, Addie entende seus limites e descobre ― apesar de fadada ao esquecimento ― até onde é capaz de ir para deixar sua marca no mundo.

Trezentos anos depois, em uma livraria, um acontecimento inesperado: Addie LaRue esbarra com um rapaz.

Ele enuncia cinco palavras.

Cinco palavras capazes de colocar a vida que conhecia abaixo:

Eu me lembro de você.

Uma jornada inspirada no mito faustiano sobre busca e perda, eternidade e finitude e, acima de tudo, uma questão: até onde se vai para alcançar a liberdade? 

***

Faz muito tempo que eu não leio um livro com uma história tão original e bem escrita, mesmo lidando com um tema tão complexo.

Imagine escrever sobre uma protagonista que vive sem passado e sem futuro? Ninguém se lembra de sua existência, nem as pessoas que ela conheceu, nem aqueles que ela conhecerá. Ela só pode viver o presente, sem se apegar a nada, nem a ninguém, em uma existência em que a morte não existe. Nem posso começar a dizer como a autora, V.E. Schwab, conseguiu escrever com uma maestria impecável. 

Addie queira mais para a sua vida, além de estar fadada a um casamento sem amor, criar filhos que sequer eram dela e morrer sem deixar sua marca no mundo, porém, após muito orar para ser salva desse destino, quem a atende é um Deus nem um pouco bom ou misericordioso.

O ser que ouviu suas orações estava disposto a dar a Addie toda a liberdade que ela queria, pelo tempo que ela quisesse, até que ela se cansasse daquela existência, contanto que a alma da menina lhe pertencesse. Porém, tamanho presente tinha um preço muito mais alto: Após lhe dar as costas, sua existência seria apagada da mente de qualquer pessoa e nenhum rastro de sua passagem por esse mundo existiria... a menos que Addie lutasse por isso.

Os primeiros capítulos são bem cruéis. Uma vida ilimitada, repleta de possibilidades, que pode ser vivida sem arrependimentos, mas que não pode ser compartilhada com ninguém. Addie não pode ter amigos, uma casa, ou pertences, apenas a sua crua existência. 

Apenas a visita anual de seu salvador/algoz fazia com que ela sentisse novamente o que era ser lembrada, o que era ter o seu nome saindo da boca de alguém, pois até seu nome ela havia perdido.

É estranho como nos apegamos a esse "vilão", assim como Addie. Ele é a sua válvula de escape, o único momento em que ela conseguia se sentir "normal" novamente, apesar de ter lutado tanto para fugir desse destino. Ao mesmo tempo, ela não estava disposta a renunciar à vida que conquistou, pois o preço tinha sido alto demais para que ela finalmente dissesse que era o momento de levar a sua alma.

Por outro lado, quando Henry aparece na narrativa, somos levados por uma corrente de esperança, também permeada por medo. Por quê, entre todas as pessoas, de todas as épocas, somente aquele rapaz se lembrava dela?

Se V.E. Schwab queria nos deixar com o coração na mão, conseguiu o seu intento com muito sucesso. Depois de centenas de anos, Addie tinha alguém que dizia seu nome, alguém que se lembrava dela, alguém que não a esquecia quando sumia de vista, porém os preços pagos nesse livro por cada gesto de "bondade" são sempre altos demais.

Não há nada como uma protagonista lutadora, inteligente, que, apesar e todos os infortúnios, nunca desistiu de continuar, que, mesmo nos momentos de dúvida e pesar, escolheu não desistir e nós encantou com um livro tão único, interessante e que te prende a cada página.

"A vida invisível de Addie Larue" é um livro ironicamente inesquecível.

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