Warcross

| 22 janeiro 2020 |

Autora: Marie Lu
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O mundo virtual pode ser melhor do que a realidade? Um lugar para esquecer os seus problemas, ser quem você quiser, e batalhar por status e fama. Esse era o mundo de Warcross, uma febre mundial, a única felicidade da vida de Emika Chen. Órfã, ex-presidiária, a jovem era uma caçadora de recompensas, além de uma hacker muito habilidosa, porém, ela jamais imaginaria que essa habilidade criminosa faria com que seu rosto ficasse mundialmente conhecido.

Emika invadiu o jogo de abertura do campeonato, assistido por milhares de pessoas em todo o globo, e chama a atenção do criador desse mundo, provavelmente o homem mais influente do planeta, Hideo Tanaka. Ao invés de mandar prendê-la, Hideo lhe oferece um emprego: ajudá-lo a encontrar alguém que está tentando sabotar o jogo, por motivos que o grande criador ainda não descobriu. Agora, Emika fazia parte de uma das equipes mais famosas do jogo e teria mais dinheiro do que jamais imaginou, caso pegasse o culpado primeiro.

O mundo pode ser virtual, mas os perigos para Emika chegariam até o mundo real. Além disso, ela se aproximaria como nunca imaginou de seu grande ídolo, o jovem que a inspirou em um momento muito difícil, alguém que, mesmo sem saber, salvou a sua vida.

Ainda estou esperando Marie Lu escrever um livro em que eu encontre algo de ruim na história. Acho quase impossível alguém ser tão bom assim, escrever tantas séries, muito diferentes umas das outras, e manter um nível incrível em cada narrativa, nos enlouquecendo a cada página para descobrirmos aonde aquela história irá nos levar.

Dessa vez, o lado gamer da autora vem à tona, e somos levados a um incrível mundo virtual. Apesar de algo bem mais aprofundado, não é tão diferente da sociedade onde vivemos hoje, onde as pessoas usam o mundo virtual como uma forma de escapismo. Emika tem uma vida horrível, conhece várias formas de burlar o sistema e burlar a lei, mas essa foi a única maneira que encontrou de seguir em frente e ter dinheiro, ao menos para se alimentar e ter um teto sob a sua cabeça.

O desafio de Emika é encontrar um personagem intitulado como Zero. Marie Lu criou a sua história baseando todas as atitudes dos protagonistas em descobrir quem era esse personagem misterioso e quais eram os seus objetivos. Assim como Emika, também descobrimos ao decorrer do livro quais são as reais intenções de Zero, apesar de ser possível desconfiar quem realmente é o personagem por trás do codinome, mas talvez essa seja apenas uma artimanha da autora para tirar a nossa atenção do foco principal e surpreendente, só revelado no final.

Nem todas as batalhas virtuais incríveis de Emika, nem a relação apaixonante dela com Hideo e nem os perigos que ela corre no mundo real, superam o que é revelado nas últimas páginas da história. Estou até agora sem fôlego com essa reviravolta tão incrível. Tudo faz sentido, as peças estavam todas lá, somente esperando serem montadas para nos tirar o chão e criar um final explosivo.

Além do final ser incrível, a autora ainda nos deixa um dilema moral nas mãos. O que é certo e errado? Até que ponto uma pessoa pode chegar para fazer o que acha que é correto? Ainda estou completamente dividida, sem saber qual lado escolher, mas absolutamente ansiosa para descobrir como esse dilema vai se desenrolar no próximo livro.

Aplaudo de pé a genialidade dessa autora que tanto amo. "Warcross" é um livro perfeito para quem amou as séries "Legend" e "Jovens de Elite", porém, não espere nada parecido. Nesse mundo, o real nem sempre é real e, muitas vezes, o que acontece no mundo virtual pode trazer graves consequências.

A seguir, alguns comentários COM spoilers:
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 Ainda está por aqui? Siga por sua conta e risco rsrs

Posso pirar muito agora?
O que é essa história?

Desde a primeira página, fiquei enlouquecida com o possível encontro de Emika e Hideo. Quando eles finalmente se conheceram... OMG!!! Corações pulando dos olhos era pouco. Quando eles começaram a construir uma relação, abalou todas as minhas estruturas. Eu imaginei que ela iria curá-lo, fazer com que ele não sentisse mais a falta do irmão que havia sido sequestrado, além de finalmente convencê-lo que a culpa não era dele, mas, no final das contas, quem iria imaginar aquele desfecho?

Eu desconfiei que Zero fosse o irmão desaparecido de Hideo, mas nunca, nem nos meus maiores delírios, desconfiaria que Sasuke (irmão de Hideo, mas impossível não lembrar de Naruto rsrs) estaria tentando impedir o irmão de fazer algo tão terrível como tirar o livre arbítrio de toda a população mundial.

Porém, seus motivos são nobres. Impedir crimes, assassinatos, sequestros... Tudo para que nenhuma família sofresse o que ele e os pais haviam sofrido por tantos anos. Mas, será que essa razão é aceitável, será que os seus motivos sempre serão nobres assim?

Será que isso pode ser algo bom para o mundo, ou pode tirar o que faz de nós humanos?

Terminei o livro triste, por Emika e Hideo seguirem em lados opostos, estarrecida com essas revelações do final e completamente louca para ter "O Jogo do Coringa" em mãos.

Só me resta dizer... Marie Lu é um gênio!!!

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