Os Vingadores salvaram o mundo por várias vezes, mas suas
ações provocaram um número incontável de vítimas. O governo acredita que eles
não devem agir por conta própria, suas ações devem ser devidamente autorizadas
pelas autoridades competentes. É de extrema importância que a população
acredite nos Vingadores, mas nem todos concordam que responder a alguém com
seus próprios objetivos seja algo bom para o mundo, muito menos ter o controle
sobre tanto poder.
Acabei de deixar o cinema quase sem palavras sobre os
momentos que eu passei naquela sala escura. Demorei um pouco para finalmente
conseguir ver esse filme, portanto, já tinha ouvido e lido diversas opiniões
sobre o longa. Estava ansiosa antes da estreia, e, devido a tudo o que foi
publicado, minhas expectativas estavam nas alturas. Todos sabem que não é bom
ter expectativas muito altas, muitas vezes elas acabam estragando o que poderia
ser uma boa experiência, mas isso não se aplica a um filme genial, com um
roteiro tão fantástico e impactante.
Quando eu assisti “Batman vs Superman”, por exemplo, achei
bem coerente o motivo da luta entre os heróis, mas, a explicação criada para a
Guerra Civil é tão bem desenvolvida que, colocando em perspectiva, acaba
fazendo com que qualquer outra se torne superficial. Não é como se fosse
realmente possível escolher um lado, como foi a grande jogada para divulgação
do filme. Os dois lados estão corretos, tudo depende apenas de um ponto de
vista. Não tem como assistir a esse filme e não trocar de lado a todo momento,
ou não desejar que eles encontrem um meio termo e acabem com aquele angustiante
conflito.
É incrível como nesse filme temos um Capitão América igual
ao dos outros filmes, com as suas atitudes tão bem conhecidas, em busca do que
é certo, a favor dos seus amigos, sempre tentando ajudar a quem precisa, mas, o
que poderia acontecer quando tudo isso faz com que ele tenha que escolher um
lado que, a princípio, nós julgaríamos errado, ou seja, contra o governo?
Do outro lado da batalha temos Tony Stark. Alguém que nunca
se importou a responder a autoridades, que sempre fez o que ele julgasse
interessante ou proveitoso, mas que pela primeira vez se viu realmente
confrontado com o resultado de suas atitudes. Por mais que eles tenham salvado
muitas vidas, muitas também foram perdidas, e isso o estava assombrando como
nunca.
Cada um dos Vingadores presentes em “Guerra Civil” tem os
seus motivos muito bem desenvolvidos para que nós compreendêssemos, e aceitássemos,
em que lado eles estão. Esse filme, do começo ao fim, trata de atitudes e consequências
e como as pessoas escolhem lidar com elas. O “vilão” do filme não poderia
exemplificar isso de forma mais realista e marcante. Impossível assistir a essa
história e não pensar quem são os heróis de verdade, ou que faz realmente um herói
ser um herói.
Sei que vocês já devem ter lido isso em vários lugares, mas
eu reitero: “Capitão América: Guerra Civil” é o melhor filme da Marvel. O filme
que mais nos faz pensar no que é certo ou errado, em quantas versões de certo e
errado que podem existir. O filme que mais nos faz sofrer com a separação dos
nossos heróis, aquele que torna impossível escolher um lado. Um filme que vai
entrar para a história, o que deixa uma grande responsabilidade para os próximos
que vem por aí.
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