Tilly (Kate Winslet), foi obrigada a ir embora há
muitos anos de sua cidade natal, quando não era nada além de uma criança.
Muitos anos depois, já uma mulher, linda e com um gosto muito apurado para a
moda, ela estava pronta para enfrentar aquela pequena cidade de pessoas
intolerantes e descobrir o que realmente havia acontecido em seu passado, algo
que marcou toda a sua vida.
Aos 10 anos, Tilly foi acusada de assassinar um de seus
colegas de escola. Sua mãe, por ser uma mulher solteira, era mal vista por
todos naquele pequeno povoado, além de ser considerada louca. O seu retorno não
poderia causar um rebuliço maior. Entre vestidos extremamente sensuais e
olhares acusatórios, ela precisava descobrir se tinha realmente sido culpada
por algo que havia acontecido há tanto tempo, que ela sequer se lembrava.
Acredito que o título em português desse filme passe muito
mais do que se trata a história do que seu título original (The Dressmaker).
Apesar de seu intuito inicial ser cuidar de sua mãe e entender o que aconteceu
no passado, é impossível que Tilly não se importe com a forma com que sua
família é tratada por quase todos naquela cidade. Mesmo que seus vestidos
comecem a fazer com que ela seja vista de outra forma (ela realmente consegue
transformar em novas pessoas aquelas que usam suas criações), no fundo, ela não
passa de uma ferramenta para que elas alcancem seus objetivos.
Essa é apenas mais um dos itens que vão ser acrescentados na
sua lista de motivos para uma vingança. Apesar de Teddy (Liam Hemsworth), querer
ficar ao seu lado, levá-la embora para que ambos possam ter uma vida feliz
longe daquele lugar, ela acredita que é uma pessoa amaldiçoada, e que não pode
seguir em frente sem entender toda a verdade.
É interessante como nessa narrativa não temos uma personagem
que sofreu imensamente no passado e voltou para se vingar. A protagonista
retorna para entender o que aconteceu, tentar colocar um ponto final em algo
que a martiriza todos os dias, mas é impossível que tantas coisas ruins
aconteçam e você não tenha o desejo de revidar, e isso pode ser feito em grande
estilo.
Tilly é uma daquelas protagonistas que vai levar pancadas o
filme inteiro. Em um determinado momento, eu achei que o filme estava
terminando, que pelo menos uma coisa estava resolvida, bem e feliz. Ledo
engano. Temos uma mensagem aqui de que se a situação está ruim, pode piorar e
muito.
“A Vingança Está na Moda” é um filme para quem quer passar
bem longe de histórias fofas e finais felizes. Aqui, temos uma narrativa que traz
o que há de pior no ser humano, que vai tirar de cena aqueles que puderem
trazer algo de bom e deixar em evidencia que “aqui se faz, aqui se paga”,
porque a vingança está na moda, e se veste em grande estilo.
O Caminho Cultural esteve presente na cabine de imprensa, a convite
da Imagem Filmes, no dia 4 de maio.
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