Maze Runner – Correr ou Morrer (Livro e Filme)

No labirinto, ou você corre ou morre. Quando Thomas acorda em um elevador escuro, sem se lembrar de absolutamente nada de seu passado, além do seu próprio nome, ele mal podia imaginar o que aconteceria com a sua vida quando as portas de abrissem. Jogado em uma clareira, com vários outros jovens na mesma situação, ele se vê preso em um lugar cercado por um gigantesco labirinto, aparentemente sem saída e, onde a noite, criaturas mortais ficam a espreita.

Eu tive uma experiência muito interessante com “Maze Runner”. Como fiquei sabendo do livro através da divulgação do filme, ao me interessar pela história, comprei o livro para ler antes de ir ao cinema. Comecei minha leitura na semana da estreia, mas, estava tão atarefada que acabei assistindo ao filme estando mais ou menos na metade do livro. Já tinha uma base da história, mas não a tinha completa em minha mente, dessa forma, pude comparar o começo do livro com o que eu tinha acabado de ler, e fui bombardeada de spoilers do que seria o final do livro.

Não sei se foi porque eu li o final do livro depois de ver o filme ou se a forma como eles fizeram as adaptações ficaram realmente muito bem colocadas no contexto que, mesmo com todas as alterações (que não foram poucas), eu gostei da forma como eles desenvolveram o filme, principalmente as mudanças que foram feitas. Certas cenas, que funcionam muito bem no livro, dificilmente funcionariam bem no filme. Outras cenas, que para serem desenvolvidas exatamente como no livro demandariam um tempo muito maior da história, também foram modificadas, para aumentar o dinamismo e o impacto de certas passagens da narrativa, mas a solução apresentada ficou tão boa, que não é realmente possível reclamar da modificação. Não que no filme tenha ficado melhor que no livro. As cenas que foram modificadas funcionam bem em suas plataformas de origem e talvez não funcionassem tão bem se fossem trocadas de lugar.

No primeiro livro da série “Maze Runner” é muito interessante acompanhar a história do ponto de vista do protagonista. Ele não se lembra de absolutamente nada de seu passado, não faz ideia do que irá acontecer em seu futuro, então o leitor vai descobrindo cada fato de sua vida exatamente nos mesmos momentos em que ele. Isso faz com que quem esteja lendo o livro ou vendo o filme tenha uma imersão ainda maior na história, pois a pessoa se encontra exatamente na mesma posição de Thomas, podendo se colocar exatamente em seu lugar e desbravar o misterioso labirinto.

Ao decorrer da narrativa, somos apresentados a personagens fundamentais e perfeitamente colocados na história. Além do protagonista Thomas, através do qual vivemos todo o desespero do que é acordar em uma situação tão inesperada, também conhecemos outros personagens com personalidades muito interessantes. Teresa, a única garota que já chegou pelo elevador para ser jogada na clareia, apesar de ter um começo bem diferente entre o livro e o filme, e de ter tido uma habilidade muito especial totalmente cortada do filme, é a personagem que talvez traga mais mistério durante a história. Sua chegada é um ponto de partida para uma mudança muito importante para aqueles que estavam no labirinto. Alby era um tipo de líder que realmente nos passava confiança. Às vezes era como se ele fosse o adulto no meio de várias crianças. Minho, um dos meus personagens favoritos, foi pouco aproveitado no filme. Apesar de aparecer em todas as cenas realmente importantes em que o personagem tinha que estar presente, seu sarcasmo característico se perdeu em algum lugar no meio do labirinto. Eu não creio que a personalidade dele tenha realmente sido passada para as telas. Chuck é um fofo. Não tem como não se apaixonar pela inocência, pela sua necessidade de fazer amigos e pelos momentos em que ele finge ter uma coragem que realmente não existe. Newt ficou muito bem no filme. Uma carinha de criança com atitude de gente grande. Amei assisti-lo na tela. Gally é um personagem que me irritou tanto no livro quanto no filme em medidas iguais. Creio que tenha sido passado para as telas com perfeição.

Tanto o livro quanto o filme realmente me surpreenderam. Me impressionou a história que o autor criou e a forma grandiosa que ela foi passada para os cinemas. “Maze Runner – Correr ou Morrer” é um livro que o leitor irá devorar em pouco tempo, sem conseguir parar de ler, e o filme, mesmo com todas as modificações, conseguiu fazer jus a uma história muito bem desenvolvida. Ambos são imperdíveis.