Feios

Tally Youngblood não passa de mais uma feia que sonha em se tornar perfeita. Seu aniversário de 16 anos está chegando e seu sonho está prestes a se realizar, mas Tally mal podia imaginar que seu maior sonho, na verdade poderia ser um pesadelo e a realidade fosse algo não tão “perfeito”, mas ao menos sua aparência e principalmente sua mente continuariam sendo as mesmas.

Temos aqui uma sociedade aparentemente perfeita, sendo que essa palavra aqui acontece em seu mais profundo sentido. Todos são igualmente feios, ninguém é considerado mais bonito ou mais feio. Todos têm suas imperfeições, por isso todos são considerados feios. 

Ao se completar 16 anos, você passa por um processo cirúrgico que te tornará uma pessoa completamente perfeita, o que te dá o direito de sair da Vila Feia e ir morar em Nova Perfeição, para viver uma vida de festas e diversões sem fim, onde tudo é perfeito, sua forma de vida, seus amigos e seu corpo e não há nada com o que você tenha que se preocupar. Todos os perfeitos agem como se tudo fosse realmente perfeito, como se o mundo fosse um lugar que não precisasse de nenhum ajuste, ou será que a operação o leva a pensar assim?

Tally, devido ao conhecer uma amiga feia que aparentemente não tem vontade de se tornar perfeita, descobre um mundo completamente novo. As pessoas não se importam em serem feias, elas convivem com os seus defeitos e cada uma gosta de si a sua própria maneira. Mas o principal, elas continuam sendo elas mesmas: com sua verdadeira aparência e principalmente com os seus próprios pensamentos.

Em “Feios” temos uma sociedade aparentemente perfeita, que para alcançar essa perfeição, torna todos iguais em aparência e aproveita a cirurgia para limitar a capacidade de pensar e questionar, o que obviamente constrói uma sociedade muito mais “controlável” por aqueles que estão no poder.

“Feios” é o início de mais uma distopia maravilhosa. Com uma estória diferente, onde o foco é a beleza ou a falta dela, nos faz pensar o quanto, mesmo sem atingirmos a perfeição, somos levados por nossas aparências, sendo que talvez nós também fossemos manipulados por uma sociedade que tem como promessa levar todos a perfeição.  Um ótimo livro que nos faz ansiar pela continuação em “Perfeitos”.