O Ciclo da Herança

ERAGON, ELDEST, BRISINGER E HERANÇA

Tudo começou com uma trilogia, que para meu espanto (e alegria) ao final do terceiro livro se transformou em um ciclo: O Ciclo da Herança. Nessa obra do escritor Christopher Paolini, somos apresentados aos protagonistas Eragon e Saphira. Acho essa obra singular desde o começo, temos um humano e um animal protagonizando uma história (Saphira que me perdoe pelo uso desse termo, um animal esplendoroso, ou um Dragão, como deve ser, seria mais apropriado),  já pode ser considerado único. Não me lembro de outra obra (pelo menos de grande repercussão) em que um ser, não humano, tem um papel de tamanha importância, e isso é um diferencial que faz com que a história capte nossa atenção desde o principio.

No primeiro livro da série, cujo nome se refere ao protagonista, Eragon, somos apresentados a um mundo de Cavaleiros e seus dragões. É sempre estimulante ver alguém aparentemente normal, sem nenhum talento especial, se ver sendo a mais importante peça de um jogo. Nós, meros mortais, sem nenhum talento especial (me referindo a poderes fantásticos nesse caso), conseguimos nos colocar no lugar desses personagens e embarcar em suas aventuras.

Eragon encontra uma pedra, que na verdade é um ovo de Dragão roubado do Rei tirano Gabalotrix. Depois do pacto entre cavaleiros e Dragões, os ovos escolhidos, eclodiriam diante daqueles que eles considerassem dignos de serem seus cavaleiros. Saphira, então escolhe um pobre fazendeiro sem pai (uma história muito simplória na época para sua real herança genética) para ser seu cavaleiro, e juntos se tornam parte de um mundo em que eles são os pilares do começo de uma nova era.

Os três livros desenvolvem de forma belíssima a relação entre Eragon e Saphira. Um amor mais forte do que qualquer outra pessoa poderia sentir, pois tendo a mais estreita das relações é impossível não conhecer e amar tanto um ao outro. Eles se comunicam por pensamentos e emoções, tornando-os muitas vezes um só individuo. Sabendo o que o outro pensa e deseja, completando as frases um do outro, eles chegam ao ponto de ter que aprender a voltar a pensar por si só, de tão unidas que estão suas mentes. Os capítulos em que a história é narrada por Saphira são ótimos. Ela é doce ao narrar à história, chamando Eragon  de seu companheiro de coração e mente.

Eles evoluem a cada dia e juntos conseguem formar um exercito de humanos, elfos, anões e outras criaturas que nunca antes se uniram para um bem maior.

O Ciclo da Herança é uma série apaixonante, porém eu gostaria de tivesse algo mais no final. Terminei o livro com aquele sentimento de que nem tudo foi resolvido, porém, nos agradecimentos finais do autor, ao me deparar com a frase “... não pretendo abandonar a Algaesia. Dediquei tempo e esforço demais para criar esse mundo e, em algum ponto do futuro, voltarei a ele...” acalma meu coração e me faz esperar ansiosamente para também poder voltar a esse mundo, e quem sabe, ter os meus desejos do que eu esperava que acontecesse, atendidos.