Primeiro e Único

| 10 outubro 2017 |
“O treinador mexia comigo, e, embora eu sempre tivesse atribuído esse nervosismo ao fato de estar tão próxima de uma figura grandiosa, comecei a me preocupar que talvez fosse algo a mais. Enquanto dirigia, um sentimento estranho me invadiu. Eu estava por fim caindo na real – e detestava o fato de que não poderia simplesmente apertar um botão para desligar e silenciar o que sentia.”

Shea nasceu em uma família um tanto desajustada. Com um pai que largou a primeira mulher para ficar com a sua mãe, e depois largou a sua mãe para voltar para a primeira mulher, ela cresceu com uma mãe com uma fixação nada saudável pelo ex-marido e um pai ausente. Por consequência, ela foi “adotada” pela família da sua melhor amiga, Lucy. Com eles, ela sentia estar em um verdadeiro lar, e lá ela conheceu aquela que viria a ser a sua grande paixão: o futebol americano. Porém, o esporte não seria a única paixão que ela encontraria nessa sua segunda família.

Crescer em uma cidade onde o futebol americano é o centro de tudo era um orgulho e uma paixão para Shea. O treinador Carr, pai de Lucy, sempre foi o seu grande ídolo, seu exemplo, alguém que ela admirava até mais do que o esporte em si. Quando a esposa do treinador falece, foi como uma bomba atingindo toda a cidade, mas todos prometeram fazer o melhor que eles pudessem para que a vitória naquele ano fosse em sua homenagem. Shea até tenta se desvencilhar um pouco do que a mantinha presa naquele lugar, ir atrás de novos rumos, novos desafios para a sua carreira, porém, quando a paixão por um time é incontrolável, e quando ela começa a descobrir que os seus sentimentos pelo treinador vão muito além de admiração, ela se vê no meio de um dilema. Escolher entre o que é certo, respeitar a memória de uma mulher que ela também admirou, a dor que a sua melhor amiga estava sentindo ou seguir o seu coração e lutar por aquele amor que ela havia suprimido por tanto tempo.

Acredito que esse livro seja mais uma história de autoconhecimento, como as pessoas podem evoluir com uma perda e como é importante não deixar que outras pessoas interfiram nos seus sonhos, do que sobre futebol americano em si. Gostei de encontrar personagens tão reais e situações que poderiam fazer parte do dia a dia de cada um. É difícil não gostar de um livro quando você se identifica, mesmo que só um pouco, com o que acontece ali.

Um comentário:

  1. Imagino a situação delicada em que a a Shea está envolvida!
    Descobrir um novo sentimento por alguém que até então era diferente; Se transformou.

    Com toda certeza,preconceitos ela irá enfrentar.
    Resta saber como ela resolverá essa história toda. ;)

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