A Garota no Trem

| 27 outubro 2016 |


Rachel usava suas viagens de trem como um subterfugio para esquecer a tragédia que sua vida havia se tornado. Ao passar todos os dias em frente a mesma casa, ela fica obcecada pela moradora, uma mulher espetacular, com um ótimo marido e uma vida perfeita. Quando ela vê essa mulher traindo seu marido com outro homem, nasce nela uma raiva que nunca havia sentido antes. Em seguida, a garota desaparece misteriosamente, dando início a uma trama de segredos e mentiras que usam como arma principal o esquecimento.

Não li o livro que deu origem ao filme, mas, depois de sair do cinema tão impactada com essa trama sensacional, mal posso esperar pela oportunidade.

A narrativa gira em torno de três mulheres, a princípio sem nada em comum, mas, com o decorrer da história, é possível compreender o quanto seus destinos estão entrelaçados. Rachel sonhava em ser mãe. Após várias tentativas malsucedidas, ela acaba descontando seu pesar na bebida. O marido, ao não aguentar uma mulher alcoólatra, a abandona e se casa com outra, com quem ele tem uma filha. Anna, a atual esposa, não gosta da presença constante e desiquilibrada de Rachel em suas vidas. Megan, a mulher que parecia perfeita aos olhos de Rachel, tinha sérios problemas emocionais, um relacionamento abusivo e muitos homens para tentar preencher o vazio que ela sentia.

É incrível como cada uma delas tem uma personalidade e características que nos são apresentadas no começo da história, mas que são completamente distorcidas, modificadas e reescritas durante o filme. Nesse tipo de narrativa é impossível prever o que vai acontecer, quem são os verdadeiros culpados. Quando Megan desaparece, Rachel foi vista nas imediações e por isso é uma das suspeitas. Por mais que ela não conhecesse a vítima, Megan era parecida com a atual esposa de seu ex-marido, além de morar na casa ao lado. Portanto, em seu momento de alcoolismo, isso era mais do que suficiente para que ela estivesse na lista de suspeitos.

É claro que, em determinado momento, sua lista de suspeitos vai afunilando, e o real responsável por todos os acontecimentos começa finalmente a surgir, mas, nessa hora, você já está tão envolvido e fascinado pela história daquelas três mulheres, as decisões que elas tomaram em suas vidas, o motivo delas terem chegado onde chegaram, que só importa o desfecho, o derradeiro final de cada uma delas.

Gosto muito de filmes que desafiam nossa mente, tanto quanto livros que deixam pistas por todo o caminho, como um quebra-cabeça em que as peças devem ser unidas para compreender todo o quadro apresentado. “A Garota no Trem” é um jogo de peças espetacular. Enquanto Rachel tenta juntar suas próprias peças para tentar entender o que aconteceu, o que ela poderia ter feito, embarcamos naquele trem quase prendendo a respiração, e só conseguimos realmente voltar a respirar quando as luzes se acendem e o letreiro aparece na tela. Um super filme, vale muito a pena ver.

4 comentários:

  1. Oi Jana!
    Quero muito ler o livro, mas ainda não tive oportunidade.
    Também gosto de filmes que mexem com a mente e que achamos que o culpado é uma pessoa e no final as vezes é alguém que não imaginavamos, não sei se você viu Garota Exemplar?
    Aqui na minha cidade o filme não chegou :( espero conseguir assistir.
    Até +

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    1. Olá!
      Também amo esse tipo de livro/filme.
      Ainda não li o livro, mas estou louca para ler.
      Garota Exemplar é genial também, e surpreendente.
      Beijos!!!

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  2. Ainda não li o livro, estou doida pra assistir o filme, parece ser excelente e essa sua crítica me deixou ainda mais curiosa em conferi essa história na telona.

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    1. É um filme surpreendente, tenho certeza que você vai gostar.
      Beijos!!!

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