A Joia

| 01 maio 2016 |
Há muitos anos Violet não era dona de seu destino. Viver em uma sociedade onde a elite não conseguia ter filhos, e algumas jovens especiais eram tiradas de suas famílias para esse fim, só poderia resultar em dor e sofrimento, além de um desejo de liberdade sem fim.

Ao se tornarem mulheres, todas as garotas do pântano, a classe social mais baixa da hierarquia apresentada nessa história, são obrigadas a fazer um exame que detecta aquelas que são especiais, que tem o poder de controlarem os presságios, fazerem com que as coisas a sua volta se moldem ao seu comando. Dessa forma, elas são as únicas capazes de gerarem filhos saudáveis para a realeza, quando as mulheres da Joia não são mais capazes disso.

Essas meninas são tiradas de suas famílias e leiloadas como nada além de um objeto. Sem mais possuir um nome, uma família, ou um passado que interesse as suas donas, a única função das substitutas é gerar e moldar um herdeiro perfeito, mesmo que o custo para aquela que dará à luz seja incalculável.

A trama em torno da qual a história foi construída é interessante, mas eu acredito que as substitutas sejam submissas demais, levando em conta o poder que elas têm em mãos, e não estou falando de garantirem a continuação das linhagens reais. Controlar os presságios é algo incrível. Elas podem fazer literalmente o que elas quiserem, fazer com que tudo ao seu redor responda aos seus comandos. Não é algo fácil, exige esforço e sofrimento, mas, para quem está lendo a narrativa, aqueles são poderes dignos de quem está no topo, não de alguém tratado como um escravo que deve apenas seguir a vontade de seus senhores.

O único momento onde Violet resolve seguir os seus instintos é quando ela conhece Ash. Apesar que de uma forma diferente, ele também não é dono de seu destino e tem que seguir todas as vontades daqueles que estão pagando pelos seus serviços. Nesse momento, a história consegue realmente atrair a nossa atenção, quando finalmente a atração que eles sentem é maior do que o medo. A vontade de fazer algo que realmente seja um desejo próprio, algo que nunca lhes foi permitido sentir, superando tudo o que eles aprenderam desde que foram tirados de suas famílias, desde que foram privados de sua liberdade.

Em um momento onde as distopias ainda estão na moda, é sempre difícil achar livros com temas realmente inovadores, sendo que todos possuem a mesma premissa. Apesar do tema escolhido pela autora ser interessante, esse livro não conseguiu me conquistar a ponto de entrar para o rol das minhas distopias favoritas. Não que o livro não seja legal, achei uma leitura leve, interessante, mas não realmente marcante a ponto de me fazer pensar nele a cada momento, mas, para ser justa, poucos livros conseguem realmente esse feito.

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