Atenção: Essa coluna tem spoilers dos livros “Legend”,
“Prodigy” e “Champion”. Se você não leu esses livros e não deseja saber o que
vai acontecer na história, não leia essa coluna.
Essa semana foi publicado a nossa resenha de “Champion”
(Clique aqui para conferir a resenha), último livro da série “Legend”, porém o
final dessa série foi tão maravilhoso, tão perfeito, que merece uma coluna para
descrevermos em detalhes a maravilha que foi ler essa série.
Eu li “Legend” a muito tempo atrás e me apaixonei a primeira
leitura, e acredito que não tenha como ser diferente. Eu lembro que essa foi
uma fase repleta de distopias na minha vida. Lembro de ter começado com “Jogos
Vorazes” e “Divergente” a entrar nesse mundo, e fiquei um pouco decepcionada
com os livros que eu encontrei depois. Não que eles não fossem bons, mas não
eram tão fantásticos quanto essas duas séries, até que eu li “Legend”.
Como muitos outros leitores, terminei o livro em um dia e
quase enlouqueci. O que era essa história, meu santo dos livros fantásticos? A
escrita da autora é impecável. Marie Lu consegue intercalar o ponto de vista
dos protagonistas criando realmente uma identidade para cada um.
A primeira frase que temos de Day já remete o quanto ele se
preocupa com sua família e depois disso vemos o quanto ele se preocupa com
todos que são desprezados pela República. June é apresentada quase como uma
rebelde, por mais que seja um prodígio, alguém que tem ao mundo aos seus pés,
que só não é punida por suas transgressões por pertencer a uma família rica e
ter grandes habilidades. Mas, tudo muda quando seu irmão morre e ela deixa de
ser apenas uma estudante da elite para ser um soldado da República e ela
ansiava muito por isso, só não ansiava descobrir toda a podridão do sistema que
ela tanto defendeu.
Day e June são perfeitamente imperfeitos juntos, mas
nasceram um para o outro. Eles têm a mesma força e quando descobrem que, no
fundo, também possuem as mesmas metas, eles se unem para ser uma dupla temida e
amada, depende da parte da série em que você estiver.
Amo a forma como a autora criou o relacionamento deles. Em
tantos livros os protagonistas se deixam abalar por coisas tão pequenas que o
amor que eles dizem sentir, acaba virando algo completamente falso, que não
passa para os leitores que aquilo possa ser possível. June, na maior parte do
primeiro livro, pensa que Day foi o responsável pela morte de seu irmão, mas
algo dentro dela sempre lhe dizia que aquilo não poderia ser verdade. Depois
disso, o que é ainda pior, Day tinha que conviver com o fato de que June, mesmo
que indiretamente, era a responsável pela morte de sua mãe e seu irmão. Mesmo
com tudo isso pairando sobre a relação, eles se mantiveram juntos, e isso sim
nos faz realmente acreditar no amor do casal principal, que aquilo que a autora
escreveu em cada uma daquelas páginas realmente atingiria os nossos corações.
Se o primeiro livro é muito bom, o segundo e o terceiro são
geniais, podemos até chamá-los de obras primas. O final do segundo livro me
deixou com o coração na mão. Era como se Day e June lutassem sozinhos contra os
Patriotas e contra a República, por mais que eles estivem do lado da República,
mas eles não poderiam provar isso até o fim. A doença de Day foi como um balde
de água fria e, ele terminar com June, terminou de quebrar o meu coração.
“Champion” é o ápice dos três livros. A autora conseguiu
colocar vários novos elementos, como os outros países, o vírus que ela havia
nos prometido desde o primeiro livro, podemos conhecer muito melhor Anden, o
novo primeiro eleitor e nos apaixonarmos por ele. Além, é claro, de sofrer e
sofrer muito com a distância entre June e Day, porém, Marie Lu é realmente uma
autora diferente das demais. Em qualquer outro livro nós teríamos que esperar
até o final para que June descobrisse o real motivo de Day ter terminado o seu
relacionamento, mas isso acontece logo no começo do livro, o que nos dá a
oportunidade de lermos cenas maravilhosas entre os dois. Lutando pela República
juntos e lutando pelo seu amor.
A muito tempo eu não ficava tão tensa, tão nervosa com o
final de um livro. Que clímax foi aquele? Foi inacreditável de tão perfeito.
Primeiro temos a força militar da República muito inferior à das Colônias,
depois, Day sendo obrigado a fazer um comunicado de apoio diretamente de um
dirigível das Colônias, June lutando com a comandante Jameson, e, por fim, para
arrancar de vez os nossos corações, Day é levado quase morto para o hospital.
Tudo isso foi difícil de se ler. Tenho vontade de chorar só
de lembrar o que eu senti naquele momento, mas bons autores não nos deixam
escapar facilmente de grandes emoções, ela ainda não tinha terminado de
esfaquear o meu coração.
Day foi embora para a Antártica e não se lembrava mais de
June...
...
...
...
Não soube o que pensar nesse momento. Podia apenas sentir o
desespero de quem não está acreditando no que está lendo. Como isso era
possível, depois de tudo o que eles passaram? Eu só podia pensar que aquilo não
podia estar acontecendo.
Daí se passam dez anos, e nós temos um dos epílogos mais
perfeitos que eu já pude ler. Enquanto June nos relata todos os seus
aniversários até seus 27 anos, se você ainda não começou a chorar até essa
parte, não adianta mais segurar as lágrimas. Sua vida parecia perfeita, mas
faltava algo essencial, que nós sabíamos exatamente o que era.
Temos apenas quatro páginas, APENAS QUATRO PÁGINAS, do tão
aguardado reencontro. Por mim poderiam ter mais cem páginas, apenas contando a
história de June e Day, porém, temos apenas quatro páginas escritas com
maestria e emoção, aquele tipo de texto que toca o coração da gente. Gostaria
muito de ter tido a oportunidade de realmente ler esse recomeço, porém, com
quatro páginas de tamanha perfeição, não podemos reclamar, apenas nos sentir
honrados de ter conhecido algo tão único como a série “Legend”.
“Por um instante, acho que isso não vai acontecer.
Mas então Day estende o braço e toca a minha mão. Ele a
envolve em um aperto de mão. E simplesmente assim, sinto-me ligada a ele
novamente, sinto a força do nosso vinculo, da nossa história, do nosso amor em
nossas mãos, como num passe de mágica, o retorno de um amigo perdido a muito
tempo. De alguma coisa que tinha de ser. A sensação me provoca lágrimas de
emoção. Talvez a gente possa dar um passo à frente juntos.
- Oi – diz ele. – Meu nome é Daniel.
- Oi – respondo. – Meu nome é June.”
- Oi – respondo. – Meu nome é June.”
Amei a trilogia Legend desde quando soube que seria tratado por uma prodígio e um rebelde, conhecer os dois personagens foi incrível! No desenrolar de Prodigy: opaaaaaaa essa série é foda demais!!!
ResponderExcluirE o que foi Champion minha gente? Sofrimento dos primeiros aos últimos capítulos, quando chegou no prólogo eu já estava nadando em lágrimas e quando saiu esse: "Oi, Meu nome é Daniel" eu já estava remando num barquinho acima do meu rio de lágrimas!
Impossível não se emocionar com essa perfeição de final <3 <3 <3
ExcluirTenho vontade de ler. Quando sobrar money comprarei a coleção, parece interessante..
ResponderExcluirEspero que você goste, Camila :D
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